segunda-feira, 21 de abril de 2014

2º trimestre de 2014 - Dons Espirituais e ministeriais

Estamos estudando para o segundo semestre de 2014 da Escola Bíblica Dominical com o tema: "Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário", para a faixa etária Jovens e Adultos.

O escritor da revista neste trimestre é o Pastor Elinaldo Renovato de Lima, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim (RN). Ele já escreveu outras revistas da CPAD.

Confira o assunto que será estudado a cada domingo:

Lição 1 – E deu dons aos homens
Lição 2 – O propósito dos dons espirituais
Lição 3 – Dons de revelação
Lição 4 – Dons de poder
Lição 5 – Dons de elocução
Lição 6 – O ministério de apóstolo
Lição 7 – O ministério de profeta
Lição 8 – O ministério de evangelista
Lição 9 – O ministério de pastor
Lição 10 – O ministério de mestre ou doutor
Lição 11 – O presbítero, bispo ou ancião
Lição 12 – O diaconato
Lição 13 – A multiforme sabedoria de Deus

Esta revista é estudada nas Escolas Bíblicas Dominicais que acontecem todos os domingos de 9h às 10h40, nos templos da Assembleia de Deus em todo o Brasil.

As demais faixas etárias, desde o berçário até a classe de Juvenis, de 15 a 17 anos, estudam assuntos específicos para cada idade. É uma ótima oportunidade para cada família ir à igreja estudar a Palavra de Deus.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

LIÇÃO 01 - QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE

INTRODUÇÃO
O tema da lição deste último trimestre do ano é: Neemias, integridade e coragem em tempos de crise, onde estudaremos sobre a biografia desse grande líder do Antigo Testamento, bem como a sua difícil tarefa de liderar a restauração dos muros de Jerusalém e a promover um grande avivamento espiritual em Israel. Sem dúvidas, o estudo das treze lições sobre a vida e obra de Neemias nos ensinarão grandes lições, não só espirituais, mas também de liderança, planejamento e administração. Na lição 1 estudaremos mais especificamente sobre a biografia de Neemias e o contexto social e espiritual em que ele viveu.
I - QUEM ERA NEEMIAS
Seu nome significa “Yahweh consola”. Ele era filho de Hacalias (Ne 1.1), tinha um irmão por nome Hanani (Ne 7.2) e foi copeiro do rei Artaxerxes no período persa (Ne 2.1). Neemias é um excelente modelo de liderança. Um homem cheio de compaixão (Ne 1.1-4), sabedoria (Ne 2.4), coragem (Ne 2.5), fé (Ne 2.20), e possuidor de ricos dons de liderança e organização (Ne 2.7-9; 11-17). Porém, devemos entender que ele executou tarefas que pareciam impossíveis, não apenas por causa dos seus dons naturais, mas, acima de tudo, por que era um homem de profunda comunhão com Deus (Ne 1.4-11; 2.4; 4.4,9; 5.19; 6.9,14; 13.14,22,29,31).
II - O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DE NEEMIAS
2.1. Contexto Histórico de Neemias. Em 606 a.C. Nabucodonosor rei de Babilônia levou cativo os judeus para a Babilônia. O cativeiro durou 70 anos (de 606 a 536 a.C.). Mas, em 536 a.C, a Pérsia subjugou Babilônia, e Ciro, o primeiro governante persa, proclamou a restauração de Jerusalém e o retorno dos judeus, que voltaram à Jerusalém em três levas:
  • A primeira ocorreu em 536 a.C., sob a liderança de Zorobabel, quando se deu início à construção do templo de Jerusalém em 535 a.C. (Ed 2.1-70).
  • A segunda ocorreu em 457, sob a liderança de Esdras, que veio da Pérsia com a missão principal de embelezar o templo (Ed cap. 7,8).
  • A terceira ocorreu por volta de 445, sob a liderança de Neemias, para reconstruir os muros de Jerusalém (Ne cap 1,2).
2.2. Contexto Social de Neemias. Por volta de 444 a.C. Neemias tomou conhecimento por intermédio de Hanani, seu irmão, e outros judeus que vieram de Judá, acerca da situação que se encontrava os judeus repatriados, bem como a cidade de Jerusalém: “Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo” (Ne 1.3). Apesar de estar em uma situação bastante confortável, pois, como copeiro do rei ele dispunha de segurança, boa alimentação e conforto, Neemias se dispõe a ir à Jerusalém para reedificar os muros da cidade (Ne 2.1-5).
III - NEEMIAS, UM HOMEM CHAMADO POR DEUS EM UM MOMENTO DE CRISE
Apesar de não encontrarmos nas páginas da Bíblia um chamado específico para Neemias, tal qual ocorreu com Abraão (Gn 12.1-3), Moisés (Ex 3.1-10), Gideão (Jz 6.11-23) Jeremias (Jr 1.1-9) e outros; não há como duvidar que ele foi chamado por Deus para aquela tarefa (Ne 2.12). Foi por esta razão que ele se dispôs a ir reedificar Jerusalém. Sua missão não se restringiu apenas a restaurar os muros de Jerusalém, mas também, promover um grande avivamento na nação. Sua vida e missão nos ensina como vencer e superar os momentos de crise. Vejamos:
3.1 Neemias orou a Deus. Ao saber de Hanani a situação de Jerusalém, bem como dos demais judeus, Neemias pôs-se a buscar ao Senhor em oração (Ne 1.4-11). Em sua oração, Neemias adorou a Deus e lembrou-se de Sua benignidade (Ne 1.5); confessou seus pecados, bem como os da nação (Ne 1.6,7); fez menção às promessas divinas (Ne 1.8,10); e pediu ao Senhor que atendesse a sua oração, lhe fizesse prosperar e lhe desse graça perante o rei (Ne 1.11). É através da oração que podemos superar toda e qualquer crise. Foi isto que fez Abraão (Gn 20.17), Isaque (Gn 25.21), o rei Josafá (II Cr 20.5-12), Paulo e Silas (At 16.25) e outros. O salmista Asafe disse:“Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei , e tu me glorificarás”(Sl 50.15).
3.2 Neemias jejuou. O jejum é uma abstinência parcial ou total de alimentos, por um determinado período e propósito específico. O jejum bíblico não deve ser visto como penitência, e sim, como um sacrifício agradável a Deus. A Bíblia registra diversos exemplos de pessoas que jejuaram em situações específicas, como ocorreu nos dias de Samuel (I Sm 7.6), Esdras (Ed 8.21,23), Ester (Et 4.16), Daniel (Dn 9.3) e outros.
3.3 Neemias confiou em Deus. Neemias era um homem de uma fé inabalável. Ele não temeu, mesmo em meio aos perigos e ameaças dos inimigos e encorajou a outros a confiar em Deus. Certa ocasião ele disse: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20); e, em outra ocasião disse aos magistrados e ao resto do povo:“Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível…” (Ne 4.14).
3.4 Neemias prontificou-se a ir à Jerusalém. Quando o rei Artaxerxes percebeu o semblante triste de Neemias, perguntou-lhe a razão de sua tristeza. E, quando Neemias relatou ao rei o motivo pelo qual estava triste, o rei perguntou-lhe: Que me pedes agora? Ele orou a Deus e disse ao rei: “Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique” (Ne 2.1-5)Neemias nos ensina que em meio à crise, não basta orar. É preciso agir!
IV - BREVE RESUMO DOS EVENTOS QUE OCORRERAM NOS DIAS DE NEEMIAS
Neemias pediu ao rei Artaxerxes cartas para os governadores que estavam além do rio para que eles lhe permitisse passar, bem como madeira para utilizar na reconstrução (Ne 1.7,8) e seguiu sua viagem com destino a Jerusalém. Destacamos alguns eventos importantes:
4.1. Ao chegar em Jerusalém Neemias não informou a ninguém o motivo de sua ida, e saiu à noite para ver como estavam os muros e as portas de Jerusalém (Ne 2.2.11-16).
4.2. Depois de ver a condição dos muros de Jerusalém, Neemias convocou o povo para a reconstrução (Ne 2.17,18). E, apesar das oposições que enfrentou, principalmente por causa dos inimigos (Ne 2.19; 4.1-4; 6.1-3), os muros foram erguidos em cinquenta e dois dias (Ne 6.15).
4.3. Além das reformas e reconstruções, Neemias conduziu o povo a um genuíno avivamento, através da leitura da Lei (Ne 8.1-8), arrependimento e confissão de pecados (Ne 9.1-38) e estabelecimento do culto ao Senhor (Ne 8.18).
CONCLUSÃO
A Bíblia descreve diversas crises vivenciadas pelo povo de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Aprendemos com Neemias que a melhor maneira de enfrentar a crise é recorrer a Deus com jejum, oração, fé e disposição para servi-Lo. Estes foram os meios que Neemias se utilizou para superar a crise e, sua experiência foi registrada nas páginas da Bíblia para servir de exemplo para todos nós.
REFERÊNCIAS
  • Bíblia de Estudo Pentecostal. C.P.A.D.
  • Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. C.P.A.D.
  • O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. R.N. Champlin. HAGNOS.
  • Conheça melhor o Antigo Testamento. Stanley Ellissen. VIDA

domingo, 12 de junho de 2011

VENHA PARTICIPAR DE NOSSA ESCOLA DOMINICAL !!!


A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Neste 3º trimestre de 2011, estaremos estudando o tema Missão Integral da Igreja


Comentarista: Pastor Wagner Gaby
Consultor Doutrinário e Teológico: Pastor Antônio Gilberto

SUMÁRIO DA LIÇÃO:1- O projeto original do Reino de Deus
2- A mensagen do Reino de Deus
3- A vida do novo convertido
4- A comissão cultural e a grande comissão
5- O Reino de Deus através da Igreja
6- A eficácia do testemunho cristão
7- A beleza do serviço cristão
8- Igreja - Agente tranformador da sociedade
9- Preservando a identidade da igreja
10- A atuação social da igreja
11- A influência cultural da igreja
12- A integridade da doutrina cristã
13- A plenitude do Reino de Deus

Fonte :CPAD

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LIÇÃO 8 - A ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS CRISTO

Texto Áureo: Lc. 6.12 – Jo. 17.1-4; 15.17; 20-22
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Meditar na oração sacerdotal de Jesus, a fim de que, como Ele, possamos nos relacionar com o Pai e agrada-lo em todas as circunstâncias da vida.

INTRODUÇÃO
Após cear com seus discípulos, Jesus profere uma oração intercessória ao Pai. Ela é conhecida como sacerdotal porque através dela o Senhor pede em prol daqueles que já o seguiam e que viriam a segui-lo ao longo dos tempos. Nesta aula, dividiremos essa oração em três partes: a primeira, Jesus ora por Si mesmo; a segunda, pelos seus discípulos; e por fim, ora pela Sua igreja. Devemos ter em mente, ao longo da exposição, o interesse de Jesus: pela Sua glorificação (Jo. 17.1-5); seu grupo apostólico imediato (Jo. 17.6-19) e 3) o grande número de crentes que ainda haveria de aceitar a fé (Jo. 17.20-26).

1. JESUS ORA POR SI MESMO
Para descer a terra, Jesus esvaziou-se, assumindo a forma de homem (Fp. 2.5-11). Por isso, diante da crucificação iminente, pede ao pai que o glorifique, tal como antes que o mundo existisse. Ele desejava retornar ao trono do Pai, não somente para seu bem-estar, mas para atuar em prol da Sua igreja (Jo. 7.39). Jesus existia desde a eternidade, mesmo antes que o mundo fosse criado, e antes de se tornar carne e nascer de Maria, Ele já desfrutava da glória do Pai. Essa verdade deva servir de fundamento para fé do cristão, pois temos a certeza de que Ele possui todo o poder e é capaz de salvar os pecadores, pois sua eternidade comprova Sua divindade (Jo. 1.14). Jesus não deixou de ser Deus ao tornar-se carne, pois nEle habitava corporalmente toda a divindade (Cl. 2.9). Ainda assim, Ele não deixou de se compadecer da condição humana. Mesmo reconhecendo os defeitos dos seus discípulos, Jesus não deixou de interceder por eles perante o Pai, mas não apenas por aqueles, mas por todos os que viriam a crer por intermédio do testemunho daqueles primeiros discípulos. A compaixão de Jesus, sua disposição para perdoar, deva servir de lição para todo cristão, Ele não se esqueceu nem mesmo de Pedro, após este O ter negado (Mc. 16.7). Muito antes lhe havia dito “eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc. 22.32).

2. JESUS ORA PELOS SEUS DISCÍPULOS
Jesus ora especificamente pelos seus discípulos: “é por eles que eu rogo”, “por aqueles que deste”, e não pelos ímpios “não rogo pelo mundo”. A razão dessa singularidade é que eles “guardaram a tua palavra” (v. 6), “porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam” e “creram que me enviaste” (v. 8). O discipulado é conseqüência de uma experiência íntima com Cristo, e principalmente, da aceitação da Sua Palavra. Mas Jesus não quer que seus discípulos sejam retirados do mundo, pelo menos por enquanto. Diante das perseguições, é bem provável que esses quisessem retornar ao lar, à casa do Pai (Jo. 14.1). Seus discípulos precisariam permanecer no mundo, para que, nele, dEle dessem testemunho (At. 1.8). Ademais, para que pudessem amadurecer na fé, fazia-se necessário que enfrentassem aflições, ainda que tivessem, do Senhor, a promessa de que sairiam vencedores (Jo 16.33) e de que seriam livres do mal (Jo. 17.15; I Co. 5.9-11). O interesse primordial de Jesus não é pela prosperidade material dos seus discípulos, mas para que vivessem em santificação, que fossem santificados pela Palavra, que é a Verdade (Jo. 17.17). Mas Ele não queria que seus discípulos se encontrassem em divisão, antes que fossem um, como Ele e o Pai eram um. Os partidarismos eclesiásticos prejudicam a unidade da igreja (I Co. 3). Desde o princípio, a motivação central da igreja deveria ser a manutenção da unidade pelo vínculo da paz (Ef. 4.3), a fim de que essa possa chegar à unidade da fé (Ef. 4.13).

3. JESUS ORA PELA SUA IGREJA
Por fim, Jesus ora não apenas por aqueles discípulos, mas por todos os que viriam a crer por intermédio da mensagem deles (Jo. 17.20). Esse é o fundamento da fé da igreja cristã, a Palavra de Jesus, pregada pelos apóstolos, registrada na Escritura. Ainda que Jesus não tivesse orado pelo mundo, mas orou por aqueles que estavam no mundo, alvo do amor de Deus (Jo. 3.16). A vontade de Jesus é que onde ele se encontra, também estejam com Ele aqueles que O receberam, para que vejam a Sua glória. Essa parte da oração aponta para um futuro glorioso, esperança da igreja de Cristo. Não podemos ver ao Senhor agora, mas chegará o dia no qual O veremos como Ele é (I Jo. 3.2). Quando a trombeta soar, estaremos para sempre com o Senhor, os mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados, essa é uma mensagem de conforto para a igreja (I Ts. 4.13-17). E, como disse o Salmista, “na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl. 16.11). Pois a Igreja, aqueles que foram chamados para fora, a assembléia de Cristo, conheceu, não pela carne e pelo sangue, mas pela Palavra de Deus, que Ele fora enviado do Pai (Jo. 17.25). E essa é a justamente a vida eterna que “que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17.3).

CONCLUSÃO
A oração sacerdotal de Jesus é categorizada, pelos teólogos, como “o santo dos santos das Escrituras”. Nessas palavras o Senhor revela sua íntima comunhão com o Pai, a quem nos ensinou a chamar de Aba (Papai). Através dessa oração podemos conferir o amoroso interesse de Jesus por aqueles que O seguem. Diante dessa intercessão graciosa, devemos não apenas ter confiança nas palavras de Cristo, que são fiéis e verdadeiras, mas também adorá-LO, tributando, a Ele, a glória que LHE é devida.

BIBLIOGRAFIA
BRANDT, R. L; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. João: o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

domingo, 7 de novembro de 2010

LIÇÃO 7 - A ORAÇÃO DA IGREJA E O TRABALHO DO ESPIRITO SANTO

Texto Áureo: At. 2.42 – At. 1.12,14; 2.4,38,40,41; 4.32.
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Motivar os alunos a fim de que esses percebam que a expansão contínua do evangelho de Cristo é um distintivo da igreja que não se descuida da oração.

INTRODUÇÃO
A Igreja, desde os seus primórdios, dependeu da direção do Espírito Santo. O Senhor Jesus orientou-a para que ficassem em Jerusalém, até que do alto fosse revestida do poder (Lc. 24.49 At. 1.5-8). Na aula de hoje, destacaremos a atuação do Espírito Santo em resposta às orações da igreja. Veremos, ao final da lição, que o crescimento sadio da igreja depende da palavra e do poder do Espírito Santo.

1. A ORAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA
Não podemos esquecer que a Igreja Primitiva foi estabelecida em uma reunião de oração, com duração de sete a dez dias (At. 1.13,14) e que essa sempre permaneceu em oração (At. 2.42), sendo esta, além da Palavra, o seu fundamento. Lucas registra, em At. 1.14, que “todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas”. Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja, “e todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At. 2.4), ela se encontrava em oração. Naquela ocasião, “veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados” (At. 2.2). Em resposta às orações da Igreja, muitos milagres aconteceram (At. 3.1-8; At. 28.8,9), revelando o poder do Espírito para intervir na história mediante a oração dos crentes. Essas manifestações consolidam o ensinamento de Jesus, de que “se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus” (Mt. 18.19). Diante das perseguições, a igreja não dependia do poder terreno, antes se voltava ao Senhor em oração, recebendo o poder do Espírito para testemunhar do evangelho de Cristo com ousadia (At. 4.24-31).

2. A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA
A missão fundamental da Igreja é o testemunho da morte e ressurreição de Cristo, para tanto, ela precisa do poder do Espírito Santo (At. 1.8). Após a perseguição em Jerusalém, o Espírito Santo conduziu Filipe à Samaria, onde pregou (At. 8.4). Na medida em que Filipe pregava o evangelho, a igreja orava pelo crescimento da igreja entre os samaritanos (At. 14-16). A atuação direta do Espírito Santo favoreceu a expansão do cristianismo. Saulo de Tarso perseguiu a Igreja Primitiva, mas esse teve uma visão, na estrada de Damasco (At. 9.1-10). Enquanto Ananias orava, o Senhor o enviou para interceder por Saulo (Paulo), e este, no mesmo momento, também estava orando (At. 9.11). O Espírito Santo guiava a igreja do primeiro século a fim de que o evangelho se expandisse. Cornélio, um homem de “bom testemunho de toda a nação dos judeus” (At. 10.22), recebeu a visita de Pedro (At. 10.5), o qual lhe ministrou a Palavra e recebeu o batismo no espírito Santo (At. 10.36-38). O Espírito Santo, em resposta à oração da igreja, guiava na separação e no envio de obreiros para a obra missionária (At. 13.2,3). A igreja não pode esquecer de orar ao Senhor e pedir que mande ceifeiros para a sua seara (Mt. 9.38) e esses devam ser enviados debaixo da oração e do jejum da igreja, com imposição de mãos (At. 13.3).

3. O ESPÍRITO E O CRESCIMENTO DA IGREJA
O crescimento da igreja depende da atuação do Espírito Santo e da ministração da Palavra de Deus. Muitas igrejas que atualmente são consideradas em crescimento, na verdade estão apenas “inchando”. Há templos superlotados, nos quais a Palavra de Deus não é pregada. O Espírito Santo não tem parte em tais ministérios, pois o Espírito e a Palavra trabalham conjuntamente. Na busca por aumentar sua audiência, alguns pregadores estão fazendo concessões em relação ao evangelho de Cristo. As mensagens que estão sendo pregadas em alguns púlpitos assemelham-se aos livros de auto-ajuda que são vendidos nas livrarias. Os obreiros dessas igrejas não são separados pela preparo na palavra, muito menos pela orientação do Espírito santo, mas pela capacidade de arrecadar recursos, pelo carisma perante os ouvintes, e, em alguns casos, pela aparência física. Essas igrejas dependem da propaganda comercial, dos horários pagos na televisão, o crescimento é apenas aparente. Os pastores, se assim podem ser chamados, investem maciçamente no marketing pessoal, tentam fazer conchavos eclasiásticos para se manterem no poder, apontam auxiliares despreparados, utilizam critérios interesseiros. Os crentes, por sua vez, não se dedicam à oração, vão para a igreja tão somente para massagearem o ego. As cantarolas - e shows - imperam de tal modo que não há espaço para a exposição da mensagem bíblica e muitos menos para a atuação do Espírito, são igrejas, como diria Emílio Conde, “sem brilho”.

CONCLUSÃO
A igreja do Senhor precisa retornar aos princípios e voltar à prática contínua da oração. Se quisermos ver a manifestação do Espírito Santo dantes, tanto na ministração da Palavra quanto na manifestação de milagres, precisamos deixar de confiar nos dotes meramente pessoais. Conta-se que Agostinho de Hipona, quando visitou a Igreja Romana, ouviu o seguinte comentário: “veja Agostinho, já não podemos dizer que não temos prata nem ouro”. O sábio pai da igreja retrucou: “também não podemos dizer ao coxo ‘levante e ande’”. Que o Senhor nos desperte para a oração e para dependemos mais do poder do Espírito Santo.

BIBLIOGRAFIA
BRANDT, R. L; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 2006

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lição 5 - Orando como Jesus Ensinou

Texto Áureo: Mt. 26.41 – Mt. 6.5-13.
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Aprender a orar a partir do modelo do Senhor, atentando para seus ensinamentos, que fundamentam a oração cristã.

INTRODUÇÃO
Existem muitos modelos de oração, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. As publicações editoriais também investem em vários padrões de oração. Entre elas destacamos a Oração de Jabez, que resultou na publicação de um best seller. Mas nenhuma oração pode ser comparada àquela que Jesus ensinou. Ela deva ser orada e vivida por todo cristão. Por isso, na aula de hoje, meditaremos a respeito da oração do Senhor. Esse modelo é uma resposta de Jesus ao pedido dos discípulos: “ensina-nos a orar” (Lc. 11.1), pois eles não sabiam, assim como nós hoje, a orar como convém (Rm. 8.26).

1. ATITUDES NA ORAÇÃO
Em resposta ao pedido dos discípulos, Jesus passa, então, a ensinar-lhes a orar (Mt. 6.9; Lc. 11.2). As instruções do Senhor dizem respeito às atitudes: 1) com sinceridade (Mt. 6.1,5,6), não como os fariseus (Mt. 23.14; Lc. 18.10-14); 2) com confiança (Mt. Lc. 11.9-13; Mt. 21.22); 3) com persistência (Lc. 11.5-8), mas 4) com brevidade, sem apelar para vãs repetições (Mt. 6.7). Ainda que possamos orar no templo, enquanto casa de oração (Mt. 21.13; Mc. 11.17; Lc. 19.46; At. 3.1), não estamos restritos a um lugar específico, pois Deus é Espírito e importa que os adoradores que Ele mesmo busca façam-no em espírito e em verdade (Jo. 4.19-24). Um dos elementos fundamentais à oração é que essa seja feita com fé, pois aqueles que se achegam a Deus precisam acreditar que Ele é galardoador dos que O buscam (Hb. 11.6). As palavras de Jesus também devam permanecer em nós, pois, diz Ele em Jo. 15.7, “se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. É preciso fazer uma ressalva, que esse “tudo” é relativo, isto é, não podemos pedir mal, para esbanjar em deleites carnais (Tg. 4.2,3). E assim, quando as palavras de Jesus, verdadeiramente, estiverem em nós, oraremos segundo a Sua vontade, e Ele nos ouvirá (I Jo. 5.14; Jo. 15.7).

2. AO PAI QUE ESTÁ NO CÉU
A oração instrutiva de Jesus quebra um paradigma em relação à fé judaica porque chama Deus de “Paizinho” (Aba), ressaltando o relacionamento íntimo que podemos ter com Ele. Mas Deus não é apenas meu Pai, Ele é “nosso” Pai. Em Cristo fomos feitos filhos de Deus, de modo que hoje podemos, todos aqueles que crêem, se direcionar a Ele como Pai (Jo. 1.12). Esse Pai amoroso, revelado na Parábola do Filho Pródigo (Lc. 16), está acima dos homens, Ele é Deus acima de todos, por isso, está “nos céus” (Is. 66.1), é o Criador, não pode ser confundido com a criatura. Todos devem reconhecer que Ele é Santo, o nome dEle, na verdade, é Santo, e digno de louvor e adoração (II Sm. 22.5; Ez. 36.20). Ele é soberano, por isso, oramos para que venha o reino dEle, que Sua “vontade seja feita na terra como no céu”. Jesus veio para anunciar o Reino de Deus (ou dos céus) (Lc. 4.43), e esse já está no meio de nós (Mt. 22.1; Lc. 14.16), pois Cristo já reina entre os seus súditos (Mt. 13.44, 45, 46), mas ainda virá o dia no qual esse reino será pleno (Ap. 21.2-4), naquele dia, a vontade de Deus prevalecerá, na terra como já acontece no céu. Essa é a bendita esperança da igreja, e principalmente, de Israel, quando o trono de Deus será estabelecido na terra e Jesus será reconhecido como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

3. PARA QUE SUPRA AS NECESSIDADES
Enquanto vivemos debaixo dessa esperança, dependemos de Deus e rogamos que Ele nos dê o alimento diário, ainda que saibamos que o Pai sabe o que temos necessidade, antes mesmo que peçamos (Mt. 6.8), oramos, pois Ele se compraz em responder as orações. O cristão não deve pedir riqueza, muito menos pobreza (Pv. 30.8,9), mas tão somente o necessário, não para entesourar, ou para viver ansiosamente (Mt. 6.19-31), antes dependendo do Senhor, que nos dá o que precisamos (Mt. 6.32-34). Devemos lembrar do material, mas também do espiritual, pois somos pecadores. Durante a oração precisamos reconhecer diante de Deus os nossos pecados, e pedir que Ele nos perdoe, mas precisamos perdoar aqueles que nos ofenderam (Mt. 6.14,15; 11.25; 18.21,22, 35), muito mais do que sete vezes (Mt. 18.21,22). O pecado não deva ser uma prática comum na vida cristã, por isso, é preciso orar para que não caiamos em tentação, cientes que não somos tentados por Deus, e sim pela nossa concupiscência (Tg. 1.13-14) e que nenhuma tentação nos sobrevém de sorte que não a possamos suportar (I Co. 10.13; II Pe. 2.9). Além de orar para que não cedamos à tentação, devemos pedir também que o Senhor nos livre do mal, isto é, do Maligno (Jo. 17.15). Orar somente não é suficiente, faz-se necessário resisti-lo (Tg. 4.7), pois Satanás “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pe. 5.8). Estejamos, pois, firmes, fortalecidos com toda armadura de Deus (Ef. 6.14-18) para que não sejamos vencidos pelo príncipe das trevas (Ef. 6.10-12), nem por homens perversos e maus (II Ts. 3.1-2), e muito menos pelos cuidados deste mundo e pela sedução das riquezas (Mt. 13.22).

CONCLUSÃO
A oração que Jesus ensinou inicia e termina em adoração ao Pai, reconhecendo, ao final, que dEle é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre (Mt. 6.13). Que essa revelação seja observada nas orações dos cristãos, que nossas orações sejam menos centradas no homem, e mais em Deus. Ao invés de determinar que Deus faça o que queremos, devemos estar abertos a Sua soberana vontade, pois Ele, somente Ele, sabe o que realmente precisamos. A Ele seja a honra e a glória, pelos séculos dos séculos, amém.

BIBLIOGRAFIA
HANEGRAAFF, H. A oração de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
KELLER, W. P. Orando diariamente o Pai Nosso. São Paulo: Vida, 2008.

sábado, 23 de outubro de 2010

LIÇÃO 4 - A ORAÇÃO EM O NOVO TESTAMENTO

Texto Áureo: I Ts. 5.16,17 – Lc. 24.46,49,52,53; At. 1.4,5,12,14.
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Destacar as características das orações no Novo Testamento, em especial nos Evangelhos, em Atos e nas Epístolas de Paulo.

INTRODUÇÃO
Anteriormente tivermos uma lição sobre a oração no Antigo Testamento. Na aula de hoje, abordaremos a oração no Novo Testamento. Destacaremos o papel da oração nos Evangelhos, conforme apresentado por Jesus; em Atos, nos primórdios da igreja; e nas Epístolas, com enfoque nas escritas por Paulo.

1. A ORAÇÃO NOS EVANGELHOS
Os evangelhos descrevem a vida e os ensinamentos de Jesus. O fato de Ele ter orado é uma premissa fundamental para que também oremos. Encontramos, nos relatos evangélicos: Mateus, Marcos, Lucas e João, vários episódios nos quais Jesus se encontrava em oração. Ele orou por ocasião do batismo nas águas (Lc. 3.21,22), antes de escolher seus discípulos (Lc. 6.12,13), pelas criancinhas que lhe cercavam (Mt. 19.13-15), em favor de Pedro (Lc. 22.32), diante do túmulo de Lázaro (Jo. 11.41,42), pelos cristãos de todos os tempos (Jo. 17), antes de ser crucificado, no Getsêmane (Mt. 26.39-44) e na cruz (Mc. 15.34; Mt. 27.46). Jesus deu várias instruções sobre a oração nos evangelhos: 1) que podíamos receber se pedíssemos (Jo. 15.7); 2) que deveríamos ter fé na oração (Mc. 11.22-24); 3) que deveríamos seguir seu modelo de oração (Lc. 11.1); 4) ter motivos apropriados (Mt. 6.5-8); 5) a pedir ao Senhor da seara que envie obreiros (Mt. 9.36-38); 6) a ser persistente na oração (Mt. 7.7,8); e 7) a orar e jejuar (Mt. 6.16-18).

2. A ORAÇÃO EM ATOS
Seguindo o exemplo do Mestre Jesus, a igreja primitiva aprendeu a depender de Deus através da oração (At. 1.13,14; 2.42). O derramamento do Espírito veio sobre a igreja justamente em um momento de oração (At. 2). Os primeiros irmãos mantinham a prática judaica rotineira da oração a Deus (At. 3.1). Quando a perseguição chegou, a igreja refugiou-se na oração (At. 4.24-31). A oração era uma prioridade para a igreja primitiva (At. 6.4). Diante das adversidades, e mesmo na hora da morte, os primeiros cristãos buscavam ao Senhor em oração (At. 7.54-60). Enquanto orava, Ananias recebeu a orientação de Deus para que procurasse Saulo, o perseguidor da igreja (At. 9.11). Cornélio, o homem piedoso, orava e suas orações foram ouvidas pelo Senhor, que enviou Pedro para que o conduzisse ao evangelho (At. 10.1-6). Pedro fora libertado da prisão porque a igreja orou por ele (At. 12.5). Os primeiros obreiros eram enviados por direção do Espírito, após a igreja jejuar e orar (At. 13.2,3). Os poderes satânicos eram enfrentados através da oração (At. 16.13-18). Em resposta à oração de Paulo e Silas, os alicerces do cárcere se moveram (At. 16.25-30). Muitas revelações foram dadas a Paulo em momentos de oração (At. 27.21-26), bem como curas de enfermidades (At. 28.8,9).

3. A ORAÇÃO NAS EPÍSTOLAS DE PAULO
As epístolas foram escritas no desenvolvimento histórico da igreja primitiva. Paulo, o missionário devotado à obra de Deus, trabalha e orava incansavelmente pela igreja. Ele intercedia por aqueles que abraçavam o evangelho de Cristo (Rm. 8.26,27), e instruía os irmãos à busca dos dons espirituais através da oração, com vistas à edificação da igreja (I Co. 14.13-17). O apóstolo dos gentios tinha consciência de uma batalha espiritual que estava se passando contra o reino das trevas, por isso ensinava a igreja a permanecer constantemente em oração (II Co. 10.3-5; Ef. 6.14-17). Ele também tinha consciência que nem sempre as orações dos cristãos são respondidas da maneira que desejam, há momentos em que Deus diz “não, a minha graça de ti basta” (II Co. 12.7-10). Mesmo assim, o cristão deva dar graças a Deus, no temor de Cristo (Ef. 5.18-21). Como cristãos, devemos orar em todo tempo, em qualquer circunstância (Ef. 6.18-19). Ao invés de se preocupar com os problemas, devemos entregá-los ao Senhor (Fp. 4.6). Os líderes eclesiásticos também devam ser alvos da nossa oração (Cl. 4.2-4). A oração deva ser incessante (I Ts. 5.16-21), com vistas à propagação do evangelho (II Ts. 3.1,2), e em favor de todos (I Tm. 2.1-8).

CONCLUSÃO
Há muito a ser estudado sobre a oração no Novo Testamento. Mas no espaço e tempo disponíveis para esta lição, o exposto é suficiente a fim de sabermos que podemos nos achegar a Deus com fé (Hb. 4.16; 11.1,6) com poder e eficácia (Tg. 5.13-18), em santidade no casamento (I Pe. 3.7), e sobretudo, segundo a vontade do Senhor (I Jo. 5.14).

BIBLIOGRAFIA
BRANDT, R. L., BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
GARLOW, J. L. Deus e seu povo. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.